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sábado, 25 de fevereiro de 2012

Alergia ou Intolerância ao Sol (Fotossensibilidade)

A luz solar contém radiação ultravioleta (UV) que é absorvida pela pele produzindo alterações da epiderme e da derme. A queimadura solar e o bronzeado são exemplos do dano causado a curto prazo. A exposição solar cumulativa é responsável pelo envelhecimento da pele e pelo aparecimento de cancro cutâneo. A radiação UV também está presente na luz emitida por algumas fontes luminosas artificiais (solários), produzindo o mesmo tipo de alterações cutâneas.


Os efeitos da luz solar acima descritos acontecem na generalidade dos indivíduos. No entanto, alguns podem ainda desenvolver alergia ao sol, reacções conhecidas como fotodermatoses, de origem diversa: de causa desconhecida ou idiopática (relacionadas com prováveis alterações do sistema de defesa imune), doenças hereditárias (por exemplo acumulação na pele de substâncias “tóxicas” após exposição ao sol como nas profirias), fotossensibilidade a substâncias químicas exógenas aplicadas na pele ou a medicamentos ingeridos. Existem, ainda, doenças cutâneas que agrava com a exposição solar, como o Lúpus Eritematoso.


Entre as fotodermatoses idiopáticas, a mais frequente é a lucite estival benigna, que ocorre principalmente na mulher jovem: ao 2º ou 3ª dia de exposição solar na praia surge, nas zonas habitualmente protegidas do Sol (decote, dorso, coxas…), uma comichão intensa e a pele fica vermelha e com pequenas borbulhas que parecem tornar a pele irregular. A erupção polimorfa à luz é também uma erupção cutânea (pele vermelha com borbulhas) pruriginosa nas zonas expostas ao sol em jovens adultos, que surge recorrentemente na Primavera e melhora ao longo do Verão, desaparecendo quase por completo no Inverno. A dermatite actínica crónica atinge preferencialmente as áreas expostas de homens com mais de 50 anos com actividade ao ar livre. Na urticária solar as lesões cutâneas (“babas” ou “favocas”) são transitórias (duram minutos a horas) mas muito pruriginosas e surgem em minutos após pequena exposição solar o que pode ser altamente limitativa da vida do indivíduo.



As fotodermatoses de etiologia genética são raras, sendo a mais frequente o xeroderma pigmentoso (um caso por milhão de recém-nascidos), em que há um defeito da capacidade de reparação do material genético danificado pelo Sol, pelo que têm uma incidência aumentada de cancros de pele e tem habitualmente uma esperança de vida diminuída. As porfirias são também distúrbios do metabolismo em que há acumulação de substâncias endógenas capazes de desencadear intolerância ao sol.


A fotossensibilidade a substâncias químicas exógenas ocorre no local da pele em que coexiste a substância e há exposição solar. Estas substâncias são produtos de aplicação tópica na pele como perfumes, anti-inflamatórios não esteróides, antimicrobianos, protectores solares, e medicamentos de uso sistémico como anti-inflamatórios não esteróides, antibióticos, ou diuréticos. Algumas plantas possuem psoralenos, substâncias activadas pela energia solar, que se contactam com a pele exposta ao sol ocasionam “queimaduras solares” localizadas: surgem manchas vermelhas até com bolhas de água, muitas vezes desenhando linhas paralelas correspondendo ao contacto com as plantas e quando cicatrizam deixam a pele com “riscos” castanhos durante muito tempo. São as fitofotodermatoses (fotosensibilidade a plantas) causadas pela folha da figueira, pela Ruta ou Ruda e ainda pela casca de citrinos, particularmente da lima.


Certas doenças de pele podem ser agravadas pela exposição ao sol, como a rosácea, o Lúpus eritematoso, a dermatomiosite, o herpes simplex, entre muitos outros.


O diagnóstico das fotodermatoses é feito com base no exame clínico e por vezes recorrendo a meios auxiliares de diagnóstico. O atingimento preferencial das áreas expostas à luz solar como a face, a região do decote, o dorso das mãos e os antebraços apoia o diagnóstico de fotodermatose. É necessário excluir a introdução recente de produtos de administração tópica ou oral (de prescrição médica ou não). A biópsia cutânea e os testes fotoepicutâneos (testes semelhantes aos utilizados no estudo das dermatites de contacto mas em que as substâncias a testar são expostas aos raios UV) estão entre os vários exames auxiliares disponíveis.


A protecção solar é obrigatória e em casos mais graves de intolerância ao sol, pode mesmo ser recomendado o evitamento total da exposição.
A especificidade inerente ao tratamento de cada uma das fotodermatoses descritas implica orientação pelo Dermatologista.

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