O investigador português João Passos, do Institute for Ageing and Health, Universidade de Newcastle, liderou um estudo que dá novas pistas sobre o processo de envelhecimento. Publicado na revista «Nature Communications», o estudo revela que elementos de stress, agentes que danificam o DNA, como medicamentos para o cancro ou radiação danificam irreparavelmente os telómeros.
Os telómeros encontram-se nas extremidades dos cromossomas e apresentam-se segundo uma estrutura que confere protecção ao material genético de sofrer dados durante a divisão celular. Estes danos são factores importantes no processo de envelhecimento celular.
Os telómeros encontram-se nas extremidades dos cromossomas e apresentam-se segundo uma estrutura que confere protecção ao material genético de sofrer dados durante a divisão celular. Estes danos são factores importantes no processo de envelhecimento celular.
Em conversa com o «Ciência Hoje», João Passos, explica que já se sabia que “os telómeros afectam o envelhecimento, pois vão encurtando com o tempo. Se os medissemos conseguríamos obter a idade celular”.
O que se percebeu agora é que “os telómeros são particularmente susceptíveis a danos no DNA e que o dano induzido por stress aos telómeros, até mesmo os mais longos, é irreparável”.
A investigação “envolveu experiências com células de ratinhos que têm telómeros muito longos. Foram expostas a elementos de stress, ou seja, agentes que danificam o DNA”. Percebeu-se então que os telómeros ficaram danificados o que impede que as células sejam capazes de se regenerar. Além disso,“produzem moléculas inflamatórias que estão ligadas ao envelhecimento e a doenças”.O que se percebeu agora é que “os telómeros são particularmente susceptíveis a danos no DNA e que o dano induzido por stress aos telómeros, até mesmo os mais longos, é irreparável”.
Uma das maneiras de tentar resolver estes problemas é eliminar as células senescentes (que vão envelhecendo) dos tecidos. “Isto já foi feito (está descrito num artigo recente de investigadores da Mayo Clinic) e levou a uma melhoria na formação dos tecidos, indica o investigador. Outra das hipóteses é eliminar a inflamação”.
Outra ideia seria reparar os telómeros para que as células se continuassem a dividir. No entanto, “este caminho é perigoso”, considera, pois a razão “porque as células não se dividem pode ser por defesa, para impedir que células que possam provocar cancro se espalhem”.
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